O Homem pelo olhar da
ciência
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Primeiro o homem foi um ser místico
com crenças e medos do que não via, mas ouvia e sentia; um olhar primitivo. Criou
e juntou seus medos e mitos, e criou uma mitologia. Criou crenças misturando
homens, lugares, animais e deuses. Juntou o visível, o invisível e o
imaginário. Até um dia que os deuses apareceram. E o homem os colocou em suas
moradas. Pois se o homem não era capaz de assumir na Terra os feitos
classificados de aparições e milagres, atribuiu os feitos e acontecimentos a
santos, a deuses e imagens que povoam os céus, no espaço infinito e invisível.
E veio a religião afastando os deuses, da terra, com moradas no céu, um lugar
inatingível, imaginável e desejável. Lugares simbólicos.
Em seguida chegou a ciência
excluindo o empírico, os mitos e os deuses, acreditando agora em ordenadas e
abcissas; projeções e desvios padrões. E outras virações, girações, e operações
diversas. O homem estabeleceu padrões e parâmetros a partir de instrumentos que
mediam o tempo e o espaço. Com metros e horas, centímetros e minutos
estabeleceu milímetros e segundos. Criou sistemas CGS, MKS... de acordo com suas
necessidades de medição e pesquisa. Esqueceu-se das mãos e pés, que com passos
e passadas, braçadas e braças; pés e braços, que por tanto tempo mediram os
espaços. Com os dias e noites repetitivos seguidamente a cada 24h; e estações climáticas
repetidas a cada ano. Criou uma ciência e um comportamento repetitivo,
repetindo fatos e atos históricos.
Chegou a grandes distancias,
medidas em milhas e quilômetros. Olhou para o espaço e estabeleceu medidas
astronômicas, para as novas grandes distancias. Planejou, construiu e viajou em
direção a morada de deuses. Primeiro investigou a atmosfera, e lançou naves e
sondas em direção ao espaço infinito. Alcançou e ultrapassou a velocidade do
som, na atmosfera, mas ainda não conseguiu atingir a velocidade da luz. A
velocidade dos deuses.
Reduziu e ampliou tudo ao
infinito, sobre uma reta dividida entre o lado mais, e o lado menos; o positivo
e o negativo, do zero ao infinito. Julgou-se o deus que domina a ciência, entre
os números conhecidos e imaginados, números estabelecidos. Estabeleceu o seu
reinado sobre uma reta, entre os números positivos e negativos, de Norte para o
Sul e de Leste para o Oeste, ocupou um espaço bidimensional. Com outras retas
imaginárias dominou o espaço tridimensional.
E o conhecimento de hoje está arquivado
em nuvens, lá no alto invisível e imaginável, um lugar desconhecido. As velhas
moradas de anjos, santos e deuses. Os deuses da terra armazenam seus
conhecimentos em nuvens, para que seus seguidores olhem para o céu, tal como
olhavam os antigos homens para os antigos deuses. Com nomes, senhas e rezas
digitadas podem obter o conhecimento arquivado.
Nuvens imaginarias e flutuantes com arquivos virtuais. Os planos que
eram divinos, passaram a ser formados por retas paralelas e perpendiculares,
construindo novos planos tridimensionais. Com a cruz da crucificação de Cristo
e a cruz de Descartes. Fez casas e postes; equipamentos e ferramentas diversas,
em forma de cruz. Construiu uma tesoura e um avião, para encurtar fios, folhas,
tecidos, papeis e distâncias.
E a eterna busca da maçã e do
conhecimento, continua e se repete: Adão e Eva; Isaac Newton e Steve Jobs, com
uma breve passagem dos Beatles. As maçãs que mudaram o ritmo e o rumo da sociedade,
da ciência e do mundo. A maçã da Bela Adormecida, também mudou destinos.
Tal como os deuses antigos, os
atuais deuses criaram genealogias. Criaram linhas de pensamentos e linhas de
pesquisas. Com um grande deus no topo do conhecimento. O deus Lattes nos reinos
do CNPq e outras fontes de fomento, o lugar inatingível para a maioria. Muitos
dos deuses de hoje são filhos de Lattes, formados e criados nas atuais academias,
com critérios rigorosos de formação, seleção e reconhecimento; imagens e
semelhanças. A escalada dos pós-graduados, como seres divinos e diferenciados. Usurparam
os rituais da religião, para fazer seus atos e rituais de diplomação e
certificação, com becas e capelos, parecem santos, magos e padres. Disputam
guerras entre si, as guerras dos deuses, empunhando seus canudos, de
certificados e diplomas enrolados. Entre os que estão no topo da pirâmide, com
conhecimentos, poderes ou argumentos, trocam entre si: títulos, diplomas e
canudos.
Enquanto a ciência do homem
era a religião, ela pregava que o homem, deveria crescer e multiplicar. Uma visão
da noção religiosa de seguir os mandamentos de Deus, e traçar seus desígnios e
seus objetivos. Depois a pregação foi compreendida como uma atitude de
preservação da espécie, sob o olhar de Darwin. Tal como fazem os animais, a
visão do homem como um ser irracional, que deveria ter como instinto animal a
preservação da própria espécie. Visões entrelaçadas ente a vida e a religião;
entre as vivencias e as ciências. Darwin estabeleceu a origem das espécies e um
plano de evolução, endeusando a ciência pela biologia, pesquisada em várias
geografias.
Dentro de mosteiros os monges
começaram a pesquisar as plantas e suas sementes, surgiu a biologia afirmado
que o homem nasce, cresce e morre, tal como eram observadas as plantas
pesquisadas. As descobertas de novas sementes com genes dominantes e predominantes,
foi justificada por uma mestiçagem entre as raças, e as espécies de ervilhas. E
os conhecimentos sobre as misturas de sementes estavam enclausurados nos
conventos, o local da produção do conhecimento. As pesquisas realizadas nos
conventos eram um modo de entender o que acontecia do lado de fora. O mundo e o
homem sob os pontos de vista das descobertas de Mendel e Hooke. Da mistura
genética do vegetal, o conhecimento de miscigenação de raças.
Os mosteiros abriram as suas
portas para o conhecimento, dando oportunidade para a criação de escolas e
academias, que tinham como objetivo e missão produzir um conhecimento. E aquele
homem definido com o ciclo do nascer, viver e morrer, assumiu a tarefa de
reproduzir. Produziu e reproduziu uma prole e um conhecimento. Até que chegou
uma nova definição de homem como um ser que pensa e existe, sob o ponto de vista
da ciência com a visão cartesiana. E o homem dividiu tudo, e dividiu-se em
partes.
Muitas ciências foram criadas
a partir das artes, o momento da criação, tendências e individualidades. Da
criatividade nas artes criou-se as ciências. E com novas ciências foi
construindo-se um novo homem incorporado de conhecimentos. Freud se recolheu
durantes dias nublados, e afirmou que os sonhos não eram coloridos. Criou um
homem sob o ponto de vista da psicologia, o lado oculto da ciência. Surgiu
então algo além da psicologia a denominada parapsicologia, um muro divisório da
ciência com o desconhecido. E um novo homem foi criado, um novo homem foi
enxergado. Cada um com a sua essência.
A virada do século 20 para o século
21, vem apresentando um novo homem. O homem tecnológico estudado pela biomedicina,
biotecnologia e as neurociências, em paralelo segue outras engenharias e
nanotecnologia, dando oportunidade de olhar o homem na sua evolução e no seu
conhecimento. Em algum momento chegará o homem biônico, com o avanço da medicina,
indústria e tecnologia.
A cada geração um novo homem é
criado, para acompanhar a sociedade. Um ser dotado de membros para locomoção e manipulação
de artes e objetos, através dos seus membros superiores e inferiores. Membros
controlados por um central de computação e processamento, localizada em seu
cérebro, com HD e processador biológico, repleto de eletricidade e minerais. Um
conhecimento em mente, o conhecimento intelectual, não visível, mas percebível.
O estudo do direito também
buscou um lugar ao Sol, tentando ser visto como uma ciência. Uma ciência com
leis formadas pelos homens, tendo como ponto de partida escritos filosóficos e
religiosos antigos. E sob o ponto de vista do direito previdenciário; os homens
nascem, crescem, entram no mercado de trabalho e fazem recolhimentos
previdenciários com olhares atuais na prevenção e manutenção da medicina; e
olhares futuros na previdência social e na aposentadoria. Recolhem taxas e
emolumentos com direito ao que chamam sistema de saúde, justificando
recolhimentos atuais.
Aposentam-se e aguardam a
morte, muitos tornam-se pedras nos caminhos, as famosas pedras de um poeta.
Desejam sempre exercer as atividades que ainda são capazes de exercer em
caminhos e corredores, onde outros precisam atravessar estes caminhos. Surgem
do nada e plantam-se nos caminhos. Encontram-se em senhas e filas. Estabelecem suas
ações e comportamentos como regra a idade da pedra. Exercem suas tarefas por
tortuosos caminhos. Adquirem falhas em seus processamentos.
Gerações e gerações onde os
pais são superados pelos filhos. Filhos são lançados com novos processadores,
maiores capacidades de armazenamento, novos programas, novos aplicativos, e
novos conhecimentos. Cabendo unicamente aos pais o que foi pregado por séculos
e séculos: o respeito. Pais e avós que continuam em suas antigas gerações 386, 486
e 586 com suas impressoras matriciais.
Os pais atuais em suas
gerações de Pentium, um dia poderão ser substituídos pelas gerações de filhos
que criaram. Seus filhos já foram criados com periféricos localizados na palma
da própria mão. Já nasceram conectados e atualizados.
O tão falado universo
paralelo, cria sociedades paralelas. Sem uma possibilidade da afirmação de um
todo, de um conjunto homogêneo. Grupos sociais e individuais vivem em um mundo
paralelo, participando de uma mesma sociedade com uma mesma tecnologia.
Em 25/11/15
Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Plataforma
Lattes
Produção
Cultural
Linkest
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